No artigo "Não
Haverá Recuperação sem Estímulos", escrevi que não sairíamos dessa
crise sem alguma forma de incentivo e facilitação para desatravancar a
paralisia no consumo e nas vendas de uma forma geral.
No citado artigo,
sugeri que esses estímulos poderiam vir da liberação do FGTS, do PIS e até do
FAT. No caso do FGTS, a ideia era que o trabalhador poderia ter acesso ao seu
saldo, mesmo aquele das contas ativas. O Governo Temer havia liberado o saque
para as contas inativas.
Notícia
recente divulgada no Portal G1, informa que o governo estuda liberar o FGTS
e o PIS, visando estimular a economia. A liberação seria de contas ativas e
inativas, mas estaria condicionada à aprovação da Reforma da Previdência.
Os números do PIB
foram divulgados pelo IBGE e sinalizam uma retração na atividade econômica.
Medidas urgentes precisam ser tomadas sob pena de entrarmos em uma recessão
ainda esse ano. Tecnicamente, uma recessão é caracterizada quando o PIB
decresce por pelo menos dois trimestres consecutivos. É altamente provável que
isso ocorra e dificilmente seria um quadro a ser resolvido apenas com reforma
da previdência. O desemprego continua muito alto, as famílias e as empresas
ainda endividadas sem condições e sem confiança para retomar os investimentos e
o consumo.
A notícia é
positiva, mas precisa ser implementada o mais rápido possível. O país não pode
paralisar e depender de uma agenda legislativa que, a despeito da tão propagada
urgência, tem o seu próprio timing. O governo não parece ter ainda os votos
necessários para a aprovação e o primeiro semestre legislativo já está próximo
de encerrar e dificilmente seria concluída antes do recesso.
Esse é o problema de
um governo que se concentra em uma pauta única, além de atirar no próprio pé
quando prioriza assuntos secundários, ao invés de se concentrar no que
realmente interessa.
Não bastasse esse
panorama interno complicado, o cenário internacional pode trazer turbulências
com a guerra comercial China x EUA, e agora também contra o México. O Trump
anunciou que subirá as tarifas sobre produtos mexicanos importados
gradualmente, até que o país vizinho resolva o problema da imigração ilegal por
meio de suas fronteiras.
A prudência manda
diminuir gradualmente a exposição ao risco e manter o mínimo em renda variável.
Compras somente se bater à porta aquela oportunidade descontada e pontual,
diante de ativos que entendo já bastante esticados por conta de já está
embutida nos preços a expectativa de aprovação da reforma da previdência.
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