A diversificação é uma forma de diminuir os riscos, evitando a concentração em um ou em poucos ativos. É a clássica máxima de "não por todos os ovos na mesma cesta". Mas se a diversificação for excessiva pode fazer com que diminuam os lucros proporcionalmente à diminuição dos riscos, pois os retornos de cada posição serão muito pequenos, mesmo que em termos percentuais seja grande.

Vamos exemplificar isso. Digamos que uma carteira disponha de 8 ativos. E que um deles sofra uma perda potencial de 15%. Supondo que a participação de cada ativo é igual, então cada ativo representa 12,5% da carteira (100% dividido por 8). A perda do capital em renda variável importaria em apenas -1,87% (-15% x 12,5%). Importante esclarecer que há o outro lado da moeda. Em caso de ganho, a relevância do lucro em relação ao capital em ações fica reduzido. Supondo 15% de lucro, o retorno sobre o total da carteira também seria somente 1,87%. Por isso que o benefício da diversificação tem limite. 

No artigo "Montagem de Uma Carteira de Ações para Curto Prazo", emito opinião sobre o número máximo de 8 ativos em uma carteira, para evitar a diluição dos lucros. Em uma carteira com muitos ativos você vai perder pouco, se qualquer das empresas falir, mas ganhará pouco se uma delas se multiplicar por 2, por exemplo. Sua independência financeira deve ser construída tijolo a tijolo, pois você não ficará rico da noite para o dia (você não é uma Bettina), mas se esse tijolo for muito pequeno, você não termina essa casa nunca.

Para quem compra ações, pensando no curto a médio prazo (swing trade), define-se o ativo, o tamanho da posição, os alvos (intermediário e máximo) e o prazo que se espera que o ativo faça o movimento esperado para realizar o lucro. Define-se também um ponto de saída (stop), caso não se desenvolva conforme planejado. O tamanho da posição é o que importa em termos de diversificação. A posição tem que ter relevância para o lucro compensar. No artigo "Um Sistema para Swing Trade: Escolhendo Ações para Curto Prazo" já mencionei isso. Quando você tem convicção que a ação está descontada em relação ao que a empresa vale, compreende que há uma assimetria a ser captada, no curto ou médio prazo, e se espera que o preço de mercado convirja para o valor, deve-se ir na jugular e montar uma posição relevante. Essa posição até pode ser montada de forma gradual, mas ao final ter o peso necessário para justificar o retorno.


Se quiser se posicionar em renda variável, sem escolher ativos específicos, pode-se escolher um ETF, da sigla em inglês Exchange Traded Fund, que é um ativo que replica as ações de um determinado índice. O BOVA11 é o ETF que faz isso com as ações do Ibovespa. É adquirido normalmente com se fosse uma ação, diretamente no Home Broker da sua corretora. É a diversificação ampla, que a meu ver quase exclui a vantagem de se investir em ações. Assemelha-se a um fundo de ações, com a vantagem de não ter taxa de administração, somente os custos de corretagem e emolumentos da bolsa.


Nesses casos, você estará abrindo mão de uma gestão ativa, investindo em renda variável passivamente. É uma alternativa para os iniciantes, como uma exposição indireta, desde que acredite que o cenário favorece um mercado de alta como um todo, sem o custo e a dificuldade de escolher determinada empresa.