Comecei a investir em Bolsa de Valores em 12/12/2014 e já se aproxima dos 5 anos. Os resultados começaram bem nos anos iniciais, mesmo atravessando a crise do impeachment, juros subindo a 14,25%, bolsa despencando para menos de 40 mil pontos e toda a paralisia na economia que aquilo causou. Sobrevivi ao processo, com algumas perdas, mas estou aqui para contar a história. Mas ainda não havia me definido sobre qual o perfil de investidor que seria: longo prazo, swing trader ou day trader.

Após todo esse período e as experiências que acumulei, decidi que operaria para curto ou médio prazo, tentando captar as precificações erradas que o mercado periodicamente faz sobre bons ativos, buscar entrar no momento certo e sair quando entender que aquele ativo atingiu um ponto que irá inflexionar. É claro que errei muitas vezes, tanto na entrada, quanto na saída. Claramente o sistema precisou de correções e mudanças de rumo, pois em alguns momentos estava perdendo para a renda fixa.

Os maiores erros que cometi foi em 2018, no sobe e desce do pré-eleitoral. O diferencial de ganhos que me faria bater com folga a renda fixa do período se concentrou nesse período e foi parcialmente jogado fora, com erros de estratégia, tanto nas entradas como nas saídas.

Só recentemente consegui identificar com mais precisão onde os erros ocorreram e que espero não os repetir. Vamos a eles:

1 - Insistir nas mesmas ações que provaram não terem dado bons retornos, ou por que não tem volatilidade suficiente ou porque entraram em um longo período de baixa, sem sinal de reversão clara. Após diagnosticar esse problema, passei a investir  em alguns ativos diferentes, que jamais tinham estado no radar e o retorno melhorou sensivelmente. A comprovação dessa mudança de postura é que a minha carteira atual com 10 ativos, 6 deles são ativos que ainda não haviam constado na minha carteira em todo o período de quase 5 anos. E mesmo nessa baixa recente de mais de 6.000 pontos (106 mil para 99 mil), a carteira tem demonstrado resiliência, com perda potencial muito pequena.

2 - Outra constatação importante é que os reforços podem ser feitos, mas uma única vez e desde que a queda tenha sido bastante pronunciada, de cerca de -10% ou mais desde a entrada e desde que o ativo demonstre a formação de um fundo, mesmo que isso implique em não reforçar no menor preço ou tão próximo dele como seria ideal. Não justifica reforçar em uma queda pequena, uma vez que você já estando posicionado no ativo, uma possível recuperação será plenamente aproveitada. Um questionamento importante antes de reforçar é se você, não estando posicionado, compraria aquele ativo naquele momento. Se a resposta for não, o reforço não deve ser efetuado.

3 - Uma terceira constatação, essa amadurecida há mais tempo e reforçada com esses resultados recentes, é que a estratégia utilizada com mais sucesso não é a de longo prazo. Dos 14 trades mais longevos, com mais de 180 dias na carteira, somente 3 foram lucrativos. E dos 4 piores trades, 3 estão entre os mais longos. Isso prova que escolha errada (seja ação errada ou preço errado) não se conserta com espera longa e nem com reforço. Portanto, a escolha é pela modalidade de swing trade, com prazo ideal de até 180 dias no máximo.

4 - Quando a entrada for em preço muito alto, constatado a posteriore com queda relevante após a compra, mas não alcançada queda suficiente para reforço (10% ou mais, conforme item 2), e verificado por mais de uma vez que o preço de entrada passa a ser a principal resistência, a melhor alternativa é a desmontagem da posição com pequeno lucro, zero a zero ou até pequena perda. Eu denomino isso de stop inteligente. Não uso o stop automático e predeterminado. O desenvolvimento do trade é que me fará tomar a decisão. Interessante que esse item reforça o segundo, sobre a importância do reforço com queda de 10% ou mais: ao fazer preço médio, a possível resistência passa a ficar acima do preço médio e permite saída com alvo intermediário ou um pouco menos, tornando a operação lucrativa.

5 - Os trades são montados com dois alvos, um intermediário e outro otimista, para um prazo ideal de até 180 dias. No entanto, caso a entrada tenha sido acertada desde o primeiro dia e o ativo se desenvolva bem em até uma semana, permitindo a saída com mais da metade do ganho do primeiro alvo, parece ser prudente a realização do ganho. Seriam cerca de 5% ou até mais em 5 a 7 dias. Entendo que não compense esperar mais 2 a 4 meses para ganhar a mesma quantia que se ganhou em uma semana. A não ser que o movimento seja extremamente forte ou provocado por um fato relevante positivo e contínuo e que justifique a permanência no ativo para captar toda a precificação do fato.

A partir das constatações acima, verifica-se que um sistema de análise e investimentos vem se consolidando com sucesso e tem dado bastante certo no ano corrente, com premissas cada vez mais claras, com prazo definido de curto a médio prazo, na modalidade swing trade. Ajustes podem e devem ser feitos ao longo do tempo, mas certas premissas já estão chegando próximo do ponto ótimo.