Estive afastado do
blog por um tempo, mas estou de volta. Desde o último post publicado no final
de junho, muita coisa ocorreu no mercado. O topo histórico do principal índice
da nossa bolsa foi atingido em 106 mil pontos em julho para depois corrigir abaixo
de 100 mil.
O cenário já esteve
melhor para a renda variável. Mesmo os juros tendo sido cortados pelo Banco
Central e alcançado a mínima histórica, riscos externos fizeram todas as bolsas
mundiais corrigirem, e a nossa não foi diferente.
Vários
ativos atingiram máximas históricas e deram oportunidade de realizar lucro.
Como exemplo, podemos citar a KROT3, o BIDI4, a MGLU3 e muitos outros. Quem não
realizou, já perdeu o melhor momento de saída. Isso para quem não usa stop
loss, como os swing traders. O mercado voltará às suas máximas? Essa é uma
pergunta, cuja resposta vale muito. O que parece ser recomendável é diminuir as
posições de risco e comprar seguros como dólar, ouro ou opções de venda bem
fora do dinheiro, para, caso a coisa se complique mais, não tenhamos o risco de
quebra.
A economia ainda não
dá sinais fortes de recuperação, mesmo com juros baixos. Os resultados das
empresas no 2º trimestre foram mistos. Algumas com ótimos números, outras nem
tanto. É o caso por exemplo de KROT3, VLID3, OIBR4 etc. Números piores do que
as comparações anteriores.
As reformas ainda
não estão concluídas. Aliás, estão bem longe disso. A da previdência passou em
dois turnos na Câmara e estão planejando o calendário no Senado, para conclusão
até outubro. Se tudo correr como esperado, será aprovada nos termos que passou
na Câmara. Mas o tempo dirá se a verborragia do presidente e as trapalhadas do
governo não vão fazer fugir do script.
Já se fala em
reforma tributária e aprofundamento da reforma trabalhista. Algumas medidas
como a Medida Provisória da Liberdade econômica estão tramitando. O mercado
enxerga como boas sinalizações para a atividade econômica. Sou cético quanto
aos resultados de tudo isso. Repito o que falei em posts anteriores, sem
estímulos e facilitação para o consumo, nesse momento de alto desemprego, a
economia não vai deslanchar. O consumo está em contração e não há folga nos
orçamentos para ir às compras. Não tem milagre.
O cenário que espero
para os próximos meses é de continuação da correção do Ibovespa. Comprar bolsa
nesse momento, somente em casos bem específicos e aquelas empresas que ainda
podem ser adquiridas a preços razoáveis. E são poucas. Se tivermos paciência,
compraremos essas e outras bem mais baratas. O cenário não está nada bom, nem
interna, nem externamente. As eleições na Argentina sinalizam a volta da
esquerda de Kishner e o mercado não viu com bons olhos, tanto que a bolsa caiu,
os juros dispararam por lá e o cenário é de incerteza. E o Brasil não estará
imune a isso. Argentina é o principal parceiro no Mercosul.
Parece que o pêndulo
que foi muito para a direita no mundo todo está no seu movimento de volta. E
isso terá consequências para a economia, pois são duas visões de mundo
diferente e cujas políticas destoam completamente.
Muitos analistas já
estão prevendo uma grande crise a se aproximar. Nos EUA, a curva de juros longo
se inverteu em relação a de curto. Isso significa que os juros de 10 anos
estavam menores do que o de 2 anos. O mercado interpreta isso como sinal forte
de recessão à frente. A atividade econômica na Alemanha sofreu retração. Essa
conjunção de fatores fez à aversão aos riscos aumentar globalmente. Vamos
acompanhar os próximos sinais, mas já há indícios de forte volatilidade pela
frente. A guerra comercial EUA x China continua no radar, oscilando entre
arrefecimento e acirramento.
Todo cuidado é
pouco. Seguros nesse momento são obrigatórios. Dólar está acima de 4 reais e
deve continuar. Segurem-se, volatilidade à frente.

0 Comments
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui! Críticas, sugestões, elogios. Responderei o mais breve possível.