Como divulgado anteriormente aqui no blog, tinha uma posição em OIBR4, cujo preço médio está em R$ 1,45. O racional por trás desse investimento seria a expectativa de conclusão da recuperação judicial, reequilíbrio da empresa e geração de valor para o acionista.

Mas o resultado do 2º trimestre/2019 fez o mercado duvidar da capacidade da OI de se reerguer e tornar-se lucrativa. E eu também. O caixa da empresa vem sendo queimado a cada trimestre e a conta não fecha. A empresa ficou dependente de venda de ativos para voltar ao equilíbrio. E por conta da concessão e das regras inerentes aos contratos a que está sujeito, necessita de um novo marco das telecomunicações para liberar os chamados bens reversíveis.

Esse marco, sob a forma do PLC em tramitação no Congresso não tem andado na rapidez que a empresa precisa para poder se desfazer de vários ativos, ser objeto de aquisição por outros players do mercado ou até fatiada e vendida.

Depois da divulgação do resultado péssimo e da informação de que o caixa da companhia só durará até fevereiro/2020, se o ritmo de queima de caixa continuar, parece ter havido algum movimento no sentido de buscar uma solução para o problema. Mas o Congresso tem uma agenda muito cheia nesse segundo trimestre, como a conclusão da reforma da Previdência, o início das negociações da reforma tributária, sem contar outros assuntos secundários, mas que tomarão a atenção dos parlamentares e do governo, como a indicação do filho do presidente para a embaixada do Estados Unidos entre outros.

Enfim, esse governo criticou muito durante a campanha a estratégia utilizada pelo PT de eleição de campeões nacionais na economia, com incentivos, financiamento barato etc. A OI está nesse rol. Será que o governo atual intervirá em favor da OI? Boatos diziam até que a o filho do Lula era sócio oculto da empresa. Muito provavelmente, não haverá intervenção significativa no curto prazo para ajudar à OI a sair dessa enrascada. Já falam em novo aumento de capital, para equacionar as contas. Se isso ocorrer, vem mais diluição de preços a caminho e mais frustração para os acionistas atuais.

Quanto à cotação, na divulgação do resultado ruim, o ativo chegou a atingir valores abaixo de R$ 1,10, revertendo meu lucro em prejuízo. Nessa semana, no rali (ou repique) recente, o preço voltou aos patamares de R$ 1,70. Aproveitei e desmontei a posição completa ao preço de R$ 1,72, com lucro de 18,7%, nada mal para quem esteve perdendo 31% no fundo recentemente atingido.

O investidor deve saber a hora de mudar de opinião, mesmo contra o seu planejamento inicial. Nada melhor do que fazer isso, em um momento de rali ou de repique que permita sair até com lucro como foi o caso aqui. Para quem acredita que o "turn around" será vitorioso e permanece com a posição, boa sorte. No momento, não vi margem de segurança para permanecer.