Os adeptos dessa
estratégia comprariam ações o tempo todo e todos os meses, seja na baixa, seja
na alta, além de reinvestir os dividendos recebidos. O preço médio desse ativo
adquirido seria menor do que o valor intrínseco da empresa, uma vez que a escolha
recairia sobre aquelas que apresentariam crescimento dos lucros ao longo do
tempo e cujas cotações acompanhariam esse crescimento.
Há uma outra concepção de investidores
fundamentalistas que concentram sua escolha em empresas descontadas, com bons
fundamentos, que estão abaixo do seu valor intrínseco, obtém uma margem de
segurança e as mantém em carteira até que o preço convirja para esse valor,
quando desfazem-se do investimento. Para esses o preço é fundamental para que
haja essa margem de segurança. Então, o momento da entrada torna-se importante,
tanto para diminuição dos riscos, como para maximização do retorno. O uso do
histórico das cotações, na forma de gráfico, é o instrumento utilizado para
definir o momento da compra. E também o momento da venda.
Os investidores para
curto prazo, amparados na análise gráfica, irão dar uma importância ainda maior
ao preço de entrada, escolhendo aqueles pontos em que os compradores costumam
entrar com mais força, os suportes.
E você? Entende que
o preço importa no momento da compra? Ou compra sempre e mantém em carteira,
para receber rendimentos enquanto a empresa mantiver as condições que
justificaram a compra?
Sou adepto da
segunda estratégia fundamentalista: o preço é fundamental para que o retorno
seja ainda maior. Quanto menor o preço de entrada, maior o dividend yield. Pois
esse indicador é o dividendo distribuído dividido pelo valor de mercado da
ação. Enquanto mantida em carteira, o ativo renderá os dividendos do período, e
o percentual do retorno será tanto maior quanto menor tiver sido o valor de
entrada.
O segredo é buscar
empresas descontadas, avaliando-as pelos indicadores fundamentalistas, tema que
explorarei nos próximos artigos. O cenário macroeconômico e também político
muito instável no Brasil, especialmente nos últimos anos, tem proporcionado ótimas
oportunidades, em dias em que o mercado fica irracionalmente vendedor,
provocando queda generalizada nos preços dos ativos, inclusive das boas
empresas. Nesses momentos, o investidor fundamentalista sai às compras em busca
de ações de empresas que já foram previamente analisadas e cujo único fator que
impedia o investimento era o preço, que agora encontra-se atrativo.
Portanto, sim, no
meu entender, preço importa e muito!
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